DXY: Conheça um dos indicadores que mais influenciam o dólar!

DXY: Conheça um dos indicadores que mais influenciam o dólar!

Assim como o Ibovespa e o Dow Jones são índices que representam o mercado de ações do Brasil e dos Estados Unidos, também existem índices que representam determinada cesta de moedas. Dentre os mais famosos, está o DXY. Ele mostra a relação do dólar contra uma cesta de moedas de países desenvolvidos.

Mas qual o motivo desse indicador ser tão importante? Nesse texto, você vai entender como o DXY influencia diretamente a interpretação do mercado a respeito do dólar! Também, vai entender como ele influencia também os mercados emergentes. Acompanhe!

Entendendo o dólar

dólar norte americano é a moeda mais utilizada no mundo para transações internacionais. Sua relevância vem da importância da economia e da política norte americana. O país mais rico de todos mostra sua capacidade de produzir riqueza com seu PIB de 19 trilhões de dólares anuais (o maior do mundo, contra aproximadamente 7 trilhões de reais da brasileira, a fins de comparação). Isso torna os USA o maior foco dos investidores, tanto pelos mercados emergentes quanto pelos mercados desenvolvidos.

Para além do dólar: outras moedas de alta relevância global

Diversas moedas também são consideradas moedas fortes. O Euro, de criação desejada desde a década de 60 e implementado em janeiro de 1999; a libra esterlina (já que o Reino Unido se opôs a criação da moeda única no continente europeu); o franco suíço, o iene, entre outras.

Não coincidentemente, vemos que as moedas consideradas fortes são de países já desenvolvidos. Estes já apresentaram crescimento econômico forte ao longo do tempo e que passam credibilidade aos investidores. Um bom exemplo para tal é apresentado pela Suíça, que nunca deu um calote ou reestruturou a mesma. Em outras palavras, quem comprou um título público sempre recebeu o valor pela regra combinada no momento da compra.

Os países de moeda forte em regra geram confiança e permitem ter taxas de juros relativamente mais baixas. Temos diversos exemplos de países que deram calote na dívida pública. O Brasil está entre eles. Em 1987, no então governo de José Sarney, o país declara que não deve pagar juros de dívida externa por tempo indeterminado.

A Argentina, que tem uma série de episódios de moratórias (mais recentemente em 2001) decretam um dos maiores calotes da história de mais de 50 bilhões de dólares em 2018. Mesmo após o maior auxílio dado pelo FMI, não está livre de um novo calote nos seus títulos de dívida. Esses exemplos auxiliam a entender a diferença entre moedas fortes e o restante das moedas, com países que respeitam contratos e passam maior credibilidade.

A importância do DXY para o dólar

Como a moeda mais importante do mundo é o dólar norte-americano, foi criado um índice para medir sua força relativa à outras moedas. Esse índice é chamado de DXY, ou Dollar Index.

O Dollar Index compara a moeda norte americana com o euro (zona do euro), o iene (Japão), a libra esterlina (Reino Unido), o dólar canadense (Canadá), a coroa suéca (Suécia), e o franco suíço (Suiça). Para a montagem da cesta de moedas é necessária uma ponderação para as mesmas. Assim, o índice, também chamado de USDX, tem os seguintes pesos, por ordem de importância:

  • Euro: 57,6%
  • Iene: 13,6%
  • Libra esterlina: 11,9%
  • Dólar canadense: 9,1%
  • Coroa suéca: 4,2%
  • Franco suíço: 3,6%

Com essas ponderações, fica claro que o principal driver para o índice é a cotação entre o dólar e o euro, que corresponde a quase 60% de sua ponderação. O índice, que teve início em 1973, teve suas ponderações alteradas uma única vez na história, na criação do Euro em 1999. O DXY acaba por ser não mais um índice que mede a força do dólar com relação aos maiores parceiros comerciais, mas em relação à diversos países desenvolvidos.

Considerado um importante indicador, tanto de força das moedas quanto técnico, apresentou o comportamento abaixo nos últimos anos:

GráficoDXY
GráficoDXY

Em cinza claro estão marcados choques, crises e grandes modificações nas moedas, como a crise na América Latina nos anos 80, o crash no mercado de ações de 1987, a moratória da Rússia e a crise financeira de 2008.

O que o gráfico do DXY diz sobre o dólar?

O gráfico mostra que o maior relativo do dólar ocorreu na década de 80 e que, mais recentemente, a moeda voltou a valer mais. Os períodos de maior tensão, como as crises marcadas em cinza, mostram que o dólar tende a ganhar valor em períodos extremamente tensos. Isso confirma que, em momentos de pânico nos mercados, há uma corrida por ativos considerados mais seguros. É o caso da moeda norte americana.

O caso mais interessante ocorre depois da crise financeira de 2008, onde a moeda norte americana tem grande valorização. Porém, sua política monetária, que executa compra de títulos governamentais e bonds (chamada de quantitative easing), auxilia na queda do índice. Essa política aumentou e muito a oferta de dólares pelo mundo, além da utilização do forward guidance, indicando que as políticas de afrouxamento monetário são adotadas por um longo período de tempo.

Vale lembrar que na primeira parte da década de 2010 ainda ocorre a crise na Grécia e diversos países da Europa passam por dificuldades fiscais. Isso tende a colocar pressão baixista em sua moeda.

A partir de 2018 o índice também apresenta tendência de valorização, e diversos fatores podem ser colocados para tentar explicar esse movimento. Além da política monetária, aparentemente mais frouxa em outros países desenvolvidos que nos USA, o país das américas cresce relativamente mais que seus semelhantes desenvolvidos.

Apesar da ausência de crises e do período da mais longa expansão da atividade norte americana, há tensões que preocupam o investidores e traders. Elas atraem o investidor estrangeiro para ativos mais seguros, como o medo de recessão nas economias desenvolvidas, auxiliado pelo aumento de incertezas nas questões comerciais entre USA e China.

Qual o desfecho entre dólar e DXY?

O dólar tem grande relevância para a economia mundial. Presente em 85% do volume transacionado no mercado de Forex, a moeda é a mais utilizada para transações internacionais e tem protagonismo único no mercado monetário. O dollar index permite acompanhar seu valor relativo a outras moedas fortes e pode ser usado como indicador, inclusive, para tentar medir a valorização de moedas de países emergentes. O índice tem contrato futuro disponível na ICE.

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Fonte: Site Nelogica

https://blog.nelogica.com.br/dxy-conheca-um-dos-indicadores-que-mais-influenciam-o-dolar/

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